As exonerações atingem principalmente nomes ligados ao PR, partido que controla a pasta desde o governo Lula, mas um dos demitidos ontem era indicado pelo PT. Ao todo, 12 pessoas já foram afastadas do governo após denúncias de superfaturamento de obras e pagamento de propina no setor.
Os afastamentos foram decididos pelo ministro Paulo Sérgio Passos, que ocupa o cargo há uma semana, em acordo com a presidente Dilma Rousseff. Os dois têm se reunido diariamente para reestruturar o setor.Ontem, Sérgio Passos também submeteu ao Planalto o nome do técnico Deuzedir Martins, que deve ocupar a secretaria-executiva do ministério ou ser remanejado para a direção do Dnit. Atual gerente da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), Martins atenderia à diretriz definida pela presidente Dilma para montar uma equipe técnica, reduzindo as indicações políticas na pasta.
Demissões
Foram exonerados ontem José Osmar Rocha, Estevam Pedrosa, Maria das Graças de Almeida e Darcy Michiles.
Rocha era indicado pelo deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP), um dos controladores do partido.
Os outros três eram da cota do ex-ministro Alfredo Nascimento (PR-AM), que deixou o cargo na esteira das acusações de corrupção.
Maria das Graças e Michiles foram exonerados "a pedido", diz o "Diário Oficial".
No Dnit, também foram afastados Mauro Sérgio Almeida Fatureto e Luiz Claudio dos Santos Varejão, indicado pelo PT e ligado ao diretor do órgão Hideraldo Caron, cujo afastamento já foi decidido pelo governo e deve ser efetivado nesta semana.
A situação mais delicada era a de Rocha. Ele pertenceu a um comitê encarregado de gerir a dívida do antigo DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem), que deu origem ao Dnit e é controlado por Valdemar.
Rocha é acusado de dar o aval à contratação de uma empresa de fachada pelo Dnit por R$ 18,9 milhões, de acordo com o jornal "O Estado de S. Paulo".
O novo ministro dos Transportes era secretário-executivo da pasta. Foi efetivado por Dilma na semana passada, apesar das resistências do PR. O Planalto havia convidado o senador Blairo Maggi (PR-MT), mas ele recusou. A crise teve início no dia 2 com o afastamento de quatro membros da cúpula dos Transportes apontados pela revista "Veja" como operadores de um esquema de corrupção.
Nenhum comentário:
Postar um comentário