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quarta-feira, 15 de junho de 2011

Suplente de Gleisi é investigado em operação da PF no Paraná

O mais novo senador paranaense, Sérgio Souza (PMDB), suplente de Gleisi Hoffmann (PT), que se licenciou do Congresso para exercer o cargo de ministra-chefe da Casa Civil, é um dos investigados pela Operação Gafanhoto, da Polícia Federal. Ela apura a existência de funcionários fantasmas e a apropriação de parte dos salários de funcionários por deputados, chefes de gabinete e diretores da Casa.

Segundo a investigação, Souza, que era assessor do ex-governador Orlando Pessuti (PMDB) quando este foi deputado estadual, recebia em sua conta bancária, além de seu salário, remuneração em nome de sua mãe, Erotides Souza, também registrada no gabinete do peemedebista. A informação foi divulgada pela revista Veja deste domingo.
Estourada em 2008, a Operação Gafanhoto, que corre em segredo de Justiça, tem como ponto de partida a prática da utilização de uma conta bancária para o recebimento de mais de um salário de servidores da Assembléia. O esquema teria ocorrido entre 2001 e 2004. Com mais de 80 réus, incluindo deputados e ex-deputados, a operação já identificou, nessa prática, a existência de pessoas que nunca trabalharam na Casa e não sabiam que eram registradas como funcionárias. Porém, elas recebiam todo mês em contas bancárias de outras pessoas. Os trabalhos também apontaram para a apropriação de salários, quando o servidor autoriza o depósito de sua remuneração em conta de outra pessoa, que repassava a quantia, mas em um valor menor que o recebido.
Responsável pela indicação de Souza como suplente de Gleisi e "patrão" do novo senador e de sua mãe na Assembléia, Pessuti disse que a denúncia é "requentada", mas afirmou que seu ex-assessor recebia o salário de sua mãe. "Ele não é gafanhoto, não se apropriou do salário da sua mãe. Ela não era assessora-fantasma. Eu, assim como a grande maioria dos deputados daquela época, mantinha assessores parlamentares nos municípios onde tinha representação política", disse Pessuti, dizendo que o salário de Erotides era pago na conta de Sérgio Souza por opção da mãe do ex-assessor, que não tinha conta bancária. Segundo o próprio Pessuti, Erotides "nunca trabalhou diretamente na Assembléia, mas sim vinculada à nossa ação parlamentar".
Pessuti ainda atribuiu ao senador Roberto Requião (PMDB) a responsabilidade por passar a informação à revista. Rompidos desde que Requião passou o cargo a Pessuti em abril do ano passado, os dois ex-governadores têm trocado críticas, denúncias e ações na Justiça desde então. Para Pessuti, foi Requião que, descontente com a ascensão de seu afilhado político ao Senado, "alimentou" a matéria da Veja.
Souza foi assessor de Orlando Pessuti por 12 anos, quando este era deputado estadual. Na eleição do ano passado, para desistir de disputar a reeleição e apoiar a chapa única de PT, PMDB e PDT, encabeçada por Osmar Dias (PDT), Pessuti exigiu indicar o primeiro suplente de Gleisi, lançando Souza candidato.
A reportagem tentou localizar Sérgio Souza, mas não obteve retorno.

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