Pesquisar este blog

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Saiba a origem dos nomes das cidades da Amusep

A intenção é ampliar o conhecimento sobre os nomes e padronizar as grafias para que se tornem oficiais. Casos clássicos de dubiedade que foram resolvidos: Ilhabela (SP) deve ser grafada em uma só palavra e Campos dos Goytacazes (RJ) se escreve assim mesmo, com "y".
Mas não é preciso ir muito longe para perceber confusão sobre os nomes das cidades. A história de Maringá, batizada com o título da canção homônima de Joubert de Carvalho, é muito conhecida, mas basta ir logo ao lado, em Marialva, para perceber que seu nome é meio misterioso.
As tentativas de explicação são variadas. "Marialva é a capital da uva fina, a maioria dos agricultores produz uva", arrisca o pedreiro Robson Paixão. Mas o que têm a ver as uvas com o nome Marialva, Robson? "Ah, não sei."
Mesmo com 60 anos na cidade, o aposentado Sebastião Castellan também responde com um encolher de ombros e um simples "nunca tive esse conhecimento". Logo depois, no entanto, não resiste a dar seu palpite: "Maringá vem de Maria do Ingá, aqui também é Maria alguma coisa".
Já o pintor Luiz Carlos Gonçalves dá um bom chute, que seria certeiro em muitos casos, mas não se aplica a Marialva: "é um nome indígena".
Na verdade, o nome da cidade é uma homenagem ao cavalheiro português D. Pedro de Alcântara Filho, o marquês de Marialva, nascido no longínquo ano de 1713 – nenhum marialvense teve o prazer de conhecê-lo.
Já os cidadãos de Mandaguari mostram conhecimento parcial. Todos ouvidos pela reportagem souberam dizer que "mandaguari" é um tipo de abelha, mas apenas isso não explica a denominação. A cidade foi batizada em referência ao ribeirão Mandaguari – hoje chamado Barbacena –, que marcava a fronteira com Jandaia do Sul e era infestado por essas abelhas.

"Marialva é a capital da uva fina,
a maioria dos agricultores produz
uva. O que tem a ver com o 
nome? Ah, não sei "
Robson Paixão
Morador de Marialva
Nem todos os nomes têm explicações tão bem fundamentadas: quando o engenheiro Wladmir Babkov girou um globo terrestre e parou com o dedo sobre o nome Astorga, na Espanha, decidiu chamar assim a mais nova cidade da Companhia de Terras Norte do Paraná. Mais aleatório que isso, impossível.


O levantamento do IBGE mostra que, em caso de bloqueio criativo na hora de batizar as cidades, uma solução certeira é apelar para os bem-aventurados canonizados pela Igreja. Um em cada nove municípios brasileiros tem em seu nome referência a algum santo. São 652 (11,7%) das 5.565 cidades do País.
O preferido é São José, marido de Maria, a mãe de Jesus, que empresta seu nome a 60 cidades – apenas no Paraná, há São José da Boa Vista, São José das Palmeiras e São José dos Pinhais. Logo em seguida vêm Santo Antônio (com 38 referências) e São Francisco (27).
Todos da região conhecem as cidades: Marialva, Paiçandu, Colorado, Astorga. Mas de onde afinal veio a criatividade para batizar tantos municípios? Para acabar com essas e outras dúvidas, o IBGE divulgou o Banco de Nomes Geográficos do Brasil (www.bngb.ibge.gov.br), trazendo as razões por que cada cidade ganhou seu nome.
Por enquanto, o serviço só disponibiliza a história dos municípios do Paraná e Santa Catarina, mas a intenção é que ainda venha a abranger todas as cidades do Brasil.
Mesmo sobre cidades dos outros Estados, o banco de dados já traz informações relevantes, como grafia padronizada, limites territoriais, coordenadas e aspectos históricos, geográficos e cartográficos.

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário