Carnaval de São Paulo: Mocidade Alegre comemora com taça, mas promete festa maior Apesar de a Mocidade Alegre ter anunciado que suspenderia a festa pelo título do Carnaval de São Paulo de 2012, a quadra da escola foi tomada pela comemoração por volta da meia noite desta quarta-feira, quando a taça enfim chegou à comunidade. Os portões do local estavam fechados até então, mas a presidente Solange Cruz Bichara Rezende ordenou a abertura. "Eu nunca vou fechar os portões para a minha comunidade. Temos que comemorar", disse. O clima de descontentamento ficou evidente no ar considerando que a celebração não seria apropriada após a "novela" do anúncio do título. Por volta das 1h20, a bateria da Mocidade parou de tocar e os integrantes da agremiação começaram a deixar a quadra. Solange voltou a dizer que não ficou satisfeita com a forma com que a taça chegou às suas mãos. "É uma situação chata. Queria que todas as notas fossem abertas para que não restasse dúvidas de que somos campeões. Não quero ficar mal com as outras escolas", afirmou, acrescentando que os atos de vandalismo que impediram o fim da apuração na tarde de terça não tiveram relação com a disputa pelo título. "Era a reta final, e eu já perdi um Carnaval ali. Quando tudo aconteceu, acho que fiquei apreensiva. O problema foi no descenso. Nada a ver com a briga para ser campeã. Mas todos foram prejudicados com essa atitude", salientou.
De microfone em mãos no palco já previsto para as palestras da vitória, Solange afirmou que haverá outra festa, maior que a de hoje, "para que a gente possa comemorar e nos sentir mais à vontade". "Nossa quadra não está cheia como deveria estar", lamentou, pedindo aos integrantes da Mocidade que entendam a revolta de outras escolas. "Eu também me sentiria prejudicada se estivesse no lugar das outras escolas. Não entrem em discussões pessoalmente ou na internet."
Sobre o sistema de apuração, que causou discórdia com a desistência de dois jurados às vésperas da primeira noite de desfiles, a presidente disse acreditar que esse não é o momento para debater o tema, mas sim ao longo do ano. Cerca de uma hora depois da chegada da taça, o público já se dispersava, e a quadra se esvaziava aos poucos.
Rainha da bateria promete "bumbo na cabeça"
Animada pela conquista do título do Carnaval paulistano de 2012, a rainha da bateria da Mocidade, Aline Oliveira, pulava e gritava sempre que aparecia no televisor de uma sala na quadra da escola nesta terça-feira. No desfile, ela cruzou a passarela em uma plataforma no meio da bateria, sambando e tocando surdo. Ela confessou que estava "muito nervosa" na ocasião, mas prometeu "extravasar" no desfile das campeãs.
"Brinquei com o Sombra (mestre da bateria da Mocidade) que vou até colocar o surdo na cabeça", disse.
Entenda o caso
Uma confusão promovida por integrantes de escolas de samba interrompeu a apuração do Carnaval de São Paulo nesta terça-feira (21). Faltando apenas uma nota dez para assegurar o título para a Mocidade Alegre, Tiago Ciro Tadeu Faria, 29 anos, integrante da Império de Casa Verde, invadiu a área de apuração, tomou o último envelope das mãos do leitor e o rasgou.
O delegado Osvaldo Nico Gonçalves, da Delegacia Especializada em Atendimento ao Turista (Deatur), anunciou a detenção do principal responsável por todo o tumulto. Caue Santos Pereira, 20 anos, integrante da Gaviões da Fiel, também foi detido, este por atirar objetos. De acordo com o major da Polícia Militar de São Paulo, Alexandre Gaspariano, cinco integrantes de escolas de samba foram detidos.
Com isso, a confusão se tornou generalizada e a leitura das notas foi interrompida. Até este ponto, a Mocidade Alegre liderava a apuração com um total de 160 pontos. Solange Bichara, presidente da agremiação, evitou considerar a escola campeã do Carnaval de 2012. "Não posso me considerar campeã por algo que não aconteceu", afirmou.
Uma reunião extraordinária entre a Liga das Esclas de Samba e os diretores das agremiações foi montada para decidir o desfecho do Carnaval 2012. O tumulto se espalhou no entorno do Sambódromo. Torcedores foram vistos chutando os portões próximos à área da dispersão. Pouco depois, um carro alegórico da Pérola Negra foi incendiado por um grupo ainda não identificado. A alegoria tinha estrutura toda de palha, representando um índio gigante, e foi totalmente destruída pelo fogo.
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