O município de Nova Esperança (a 47 quilômetros de Maringá) festeja 60 anos de fundação nesta segunda-feira com feriado municipal e uma série de atividades para marcar a data, tendo como a mais importante a 1ª Feira Nacional do Vale da Seda, aberta sábado e que prossegue até o dia 20 no Espaço Cívico, em frente à prefeitura. Os organizadores esperam receber mais de 20 mil visitantes nos nove dias do evento.
"Apesar de estamos nos primeiros dias e o tempo estar chuvoso, a visitação e início de negócios estão acima das expectativas", disse o empresário João Berdu, idealizador do projeto Vale da Seda, que abrange uma região formada pela bacia hidrográfica do Rio Pirapó, com 29 municípios entre Jandaia do Sul e Jardim Olinda, onde mais se produz casulos de bicho-da-seda em todo o Ocidente.
Esta é a primeira vez que uma feira desta natureza acontece no Brasil e Nova Esperança foi escolhida como sede por tratar-se do maior produtor de casulos de bicho-da-seda no País, com produção em mais de mil pequenas propriedades. Além de apresentar artigos confeccionados com seda, kaftans, cachecóis, blusas, bolsas e outros, a feira mostra todos os passos da cadeia, desde a criação da lagarta, passando pela extração do fio, tecelagem, estamparia e a confecção. "É uma oportunidade para que as pessoas conheçam artigos com garantia de composição, qualidade, procedência e compromisso com o desenvolvimento sustentável", diz Berdu.
De acordo com Berdu, as peças foram produzidas por costureiras individuais, além de micro e pequenas empresas da região, e todas apresentam etiqueta do projeto Vale da Seda, a fim de criar uma identidade regional. À frente da produção está a Artisans Brasil, uma cooperativa formada por produtores de seda de Nova Esperança. "Um dos objetivos da feira é fazer com que se agrupem pequenas empresas que possam tirar benefício da capacidade de agregação de valor que a seda tem e que as pessoas possam consumir seda com garantia de origem e procedência".
A Tecelagem Werner, de Petrópolis (RJ), que fabrica tecidos com fios de seda produzidos no Paraná, além de outras indústrias do Estado de São Paulo, estão apresentam tecidos com mais de 70 estampas e dispõem do produto para venda a metro. "Nossa intenção é que este evento desperte a atenção das pessoas para que possam criar pequenas empresas para produzir peças aproveitando a matéria-prima que produzimos em grande quantidade, mas hoje sai daqui para ser industrializada fora", diz a prefeitura de Nova Esperança, Maly Benatti (PMDB). "Será uma forma de agregar mais valor à produção".

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