Uma coisa é certa dentro da capacidade de gestão de qualquer responsável pela condução de qualquer executivo municipal: nada se faz, sem a participação efetiva de uma equipe.
O estudo deste processo implica uma perspectiva analítica e crítica, voltada para o entendimento dos sucessos, problemas e desafios das reformas ou substituições da Gestão Pública pela nossa cidade e região.
Falar que “administra” é uma coisa e exercê-la na prática são dois extremos de uma mesma moeda. O cumprimento das responsabilidades administrativas, além de seu caráter normativo, apresenta também as implicações improbitivas, caso não siga a legalidade.
Segundo estudos[1][1] menos de 10% das estratégias políticas efetivamente formuladas são eficientemente executadas, sendo que 70%das falhas das mesmas o problema real não é a estratégia ruim, mas execução ruim.
Por isso assistimos algumas surpresas previsíveis daqueles que se “acham” preparados e instruídos a suportarem o jugo da condução pública de um município, e de uma hora para outra “acordam para a realidade”.
Neste sentido, muitas vezes não basta “vontade política”, mas se deve ter primordialmente “capacidade de gestão” com equipe preparada e capacitada para implementar um ciclo de políticas públicas que sejam pontuais e resolutivas em atender as demandas sociais.
Em virtude disso que a maior parte das Políticas Públicas[2][2] não são implementadas. Por mais que pese problemas de formulação, o grande dilema é a qualidade dessa implementação.
Assim, quando se faz um rearranjo das forças produtivas dentro das unidades gestoras (Secretarias, Departamentos, etc.) para se multiplicar a capacidade operacional em responder às necessidades sociais, um questionamento precisa ser colocado em evidência: como anda o grau de entrosamento da sua equipe de governo?
Sem isto, todo trabalho poderá ter sido em vão em virtude de não haver uma motivação que se dissemine entre seus pares, mas ocorra algo ao contrário, ou seja, começam a surgir focos de descontentamentos ou “sabotagens” a qualquer dinâmica progressista ou trabalhista que possam estar se incrementando.
Pois quando se delega funções ou responsabilidades seria importante ao agente gestor que saiba que por detrás de uma vontade política existirá uma ação técnica que merece conhecimentos específicos para sua realização ou materialidade e pessoal treinado e não apenas “politizado”.
Diante disso, surge outra pergunta: Por que gestores públicos motivados falham na implantação das suas políticas públicas locais ou regionais?
Respostas. Primeiro, na gestão pública há um distanciamento entre a formulação e a ação da política em virtude da mesma estar fragmentada somada à repetitiva falta de cultura empreendedora pública.
Segundo, na formulação das políticas públicas prevalece a perca em qualidade em virtude de não refletir as perspectivas de médio e longo prazo das demandas urbanas, atendendo apenas ações pontuais ou emergenciais que resulta, inevitavelmente, numa baixa governabilidade e na descrença popular com a equipe de governo.
E, finalmente, as administrações públicas não comprometem, bem como não conseguem fazer com que os seus servidores se dediquem a realização das políticas locais pelos mais distintos motivos pessoais ou políticos.
Portanto, o desafio de redesenhar o modelo de desenvolvimento de qualquer município será uma “nuvem negra” a penumbrar qualquer gestor que pretenda dar um “salto qualitativo” no atendimento das demandas sociais, principalmente quando a escassez de recursos é uma tônica constante devido ao divórcio entre o orçamento e planejamento tão preconizado pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Por
Dr. Allan Marcio
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