Durante esse processo democrático de “tentativa” de restauração da credibilidade perdida frente ao desgoverno martiniano em Sarandi, um questão polêmica foi levantada pelo Pe. Décio na Rádio Banda 1 AM, 1090: cadê a participalidade política de lideranças e filiados dos Partidos Políticos “Partidos” sarandienses?
Sabemos que pela definição clássica weberiana[1][1] “Partidos Políticos” “... é uma associação que visa um fim deliberado, seja ele “objetivo” como a realização de um plano com intuitos materiais ou ideais, seja “pessoal”, isto é, destinado a obter benefícios, poder e, consequentemente, glória para os chefes, ou então voltado para todos esses objetivos conjuntamente...”.
Já o “Movimento Social” é uma coletividade[2][2] agindo com certa continuidade, a fim de promover ou resistir à mudança na sociedade ou grupo de que é parte.
Nossa cidade foi palco de uma delonga política que culminou na cassação política do prefeito municipal, onde, se bem analisado, não houve vitoriosos, apenas perdas sociais irreparáveis externadas aqui como “nódoas” na dignidade e honradez de um povo honesto e trabalhador que votaram no melhor, e não no pior para Sarandi.
“Não basta falarmos, temos que participar, não basta participar, temos que ser justo”
Diante deste cenário, então, verificamos que as nossas organizações sociais e partidárias estão tímidas por demais em suas participações públicas por desconhecer, ao que parece, a força democrática do bordão “unidos venceremos”.
Isto posto, nos leva a refletir sobre o gritante divórcio entre os interesses ideológicos de agremiações/partidos em relação às necessidades reais das “massas” que, muitas das vezes, são confundidos, intencionalmente e tendenciosamente, como necessidades de grupos políticos.
Este fato reforça o descrédito geral nas instituições partidárias do país. Segundo uma Pesquisa realizada pelo Data Folha[3][3] em 30/07/2008 aos jovens paulistas declaram participar de partidos políticos 7%, de ONGs 6%, de sindicatos 5% e de movimentos pela reforma agrária 4%.
Aos que não participam de nenhuma dessas organizações foi perguntado, também, sobre seu interesse em participar. Partidos políticos e sindicatos são os mais rejeitados: 74% afirmam não ter nenhum interesse em participar de agremiações partidárias, e 71% são completamente desinteressados em relação a participar de sindicatos.
Daí, mas uma vez testemunhamos a realidade nacional, não fugindo a regra aqui em Sarandi.
Os partidos Políticos sarandienses além de pulverizados, fragmentados, desarticulados, sem ideologias continuadas, sem bandeiras, constituídos apenas por um “cabeça” ou presidente e algumas desnutridas “diretorias” de “partido” desconhecendo, afinal, por onde andam seu “corpo de filiados”, salvo raras exceções.
Portanto, mesmo diante destes episódios históricos para a política local que são “ímpares” para o exercício da democracia participativa, ainda assim, prevalece à velha cultura do “caciquismo” e da “legenda de aluguel” que tolhem a dinâmica ideológica de cada partido e amplia a evasão de potenciais “militantes” para os movimentos sociais que precisam de uma ideologia para viver.
Por
Dr. Allan Marcio
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