Quando pensamos já estarmos no limite das cíclicas demandas sociais em Sarandi, mas uma vez surge algo de novo e vem nos apresentar ao que parece ser o “fundo do poço”, mas por aqui, nota-se haver algum tipo de porão ou porões neste abismal “fundo”.
Por que temos aquela sensação de cidadão em relação a Sarandi, ao que parece as coisas não evoluem ou prosperam por aqui pelos modelos gestores aplicados ao longo de sua jovem história?
Então, procuramos através de analises mais profundas escavar respostas que possam dar um alento justificador e renovador dos empenhos devidos a cada cidadão sarandiense na busca das soluções estratégicas devidas pelos longos anos de dívidas sociais. “encontrar” respostas apartir.
Segundo o levantamento acima feito pelo IPARDES/2009 a relação das Transferências da União sobre a Receita Tributária dos municípios analisados, Sarandi (média 4,29) apresenta um comparativo de melhorias maior que de Marialva (média 3,86) significando que Sarandi apesar do melhor repasse Federal, apresenta uma frágil capacidade arrecadatória.
Sarandi, ainda, apresenta a menor relação Investimentos por Receita total, ficando na média de 0,072 ao ano, 63,35% menor que Paiçandu ( 0,114) que detêm, acreditem, metade do orçamento de Sarandi. Já a vizinha Marialva (0,094), ou seja, fica ainda 23,40% maior, mesmo com metade do orçamento de Sarandi e com uma população 2/3 menor. Como explicar isso?
Outro fato analisado na ocasião da apresentação Prestação de Contas do 2º Quadrimestre de 2009 [1] se refere aos Recursos Transferidos da União e a relação do “gasto público” em si.
Assim, na relação de Recursos Previstos (P) (R$ 71 Milhões) e Realizados/gastos (R) (R$ 40 Milhões) até a ocasião daquele levantamento haviam empenhados apenas 56,65% destes Recursos, explicando orçamentariamente “os por quês” das inomináveis deficiências na Saúde Pública (P/R 49,98%), Educação (56,39%) e o menor empenho de todos a excluída Assistência Social (34,50%).
Assim fica relativamente fácil entender por que o planejamento municipal não está, sequer, conseguindo gastar o que o seu orçamento determina, não sabemos se é por falta de projetos ou de gestão. Com a palavra as autoridades constituídas!
Todavia, nesta contramão caminha, também, a Secretaria de Planejamento municipal que deveria, em tese, promover este “Planejamento Estratégico Municipal”, mas que, pasmem, detém da menor fatia do bolo orçamentário (R$ 200.000,00) e tendo até a ocasião daquele levantamento gasto apenas 42,11% do seu montante na aplicação de recursos.
A Secretaria de Planejamento é considerada o “motor propulsor” em alavancar com projetos de médio e longo prazos a gestão pública local, mas que se “definha” na própria redistribuição dos recursos do “bolo orçamentário”, ganhando apenas da “desassistida” Secretaria de Assistência Social que haviam empenhado apenas 40,60% dos seus recursos na ocasião deste levantamento.
Indo um pouco mais fundo percebeu-se, também, que a “Contribuição da Iluminação Pública” detinha de um valor arrecadado na ordem de R$ 1.351.883, e como despesa auferia um valor de R$ 865.914, ou seja, apenas 64,05% do que era arrecadado era aplicado, restando no superávit de R$ 485.969,00, daí as constantes faltas de iluminação e escuridão sarandiense com recursos em caixa.
Portanto, percebemos que apesar dos parcos investimentos e das constantes elevações das demandas sociais que se refletem nas inquietações públicas, os Recursos Públicos obtidos pelos pesados “impostos” estão ainda “sub-utilizados” ou mau geridos, confirmando a tese de que “...não se faltam recursos, mas gestão”, pois não estamos conseguindo gastar o pouco que arrecadamos isto é, traduzindo na fala de Borys Casoy, “...é uma vergonha!”.
Por
Dr. Allan Marcio
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