Quem nunca ouviu ou presenciou as múltiplas necessidades sociais e as constantes faltas e falhas no atendimento disso, daquilo outro e demais formas de humilhações acometidas pela cidadania no espaço público?. A indignação frente aos fatos não tem levado, por ora, à constituição de uma agenda de reforma da gestão pública municipal, por mais impotente e refém a mesma fica diante dos vícios do poder.
A reforma da administração pública ainda não conseguiu se constituir num tema que mobilize a sociedade e os políticos para uma ação reformista, pois as mentalidades dos gestores se atem as práticas nada ortodoxas clientelistas.
A ineficiência, a desarticulação entre os órgãos e entre os níveis de governo, a pouca efetividade dos gastos públicos e a baixa capacidade da sociedade em avaliar a gestão pública são problemas rebatidos na questão ética.
Como ir além da indignação, das visões mais imediatistas sobre os problemas da administração pública brasileira, criando uma agenda de reforma articulada técnica e politicamente com a sociedade?
Essas respostas são os grandes desafios da “neodemocracia” aflorada neste milênio coincidentes com os objetivos do milênio em tentar levar um alento através de metas sociais tangíveis dentro das capacidades de governo.
Assim, por que é tão difícil planejar nas esferas municipais se são prerrogativas constitucionais? Além do mais, por que é tão problemático vencer o jugo da ditadura do “canetaço” sob os auspiciosos ditames da lei?
Os cidadãos, também, observam historicamente estes cíclicas omissões e negligências do poder e, malandramente, tentam ser “espertos” em tirar proveito da própria desorganização do sistema, viciando-o ainda mais.
Daí, como construir uma democracia plena, se no fundo as pessoas pensam simplesmente em si? E quando aparece alguém tentando melhorar o sistema social, logo é tolhido na sua missão na base da coação ou cooptação.
Assim, qual/is caminhos a seguir para moralizar a administração municipal aí da sua e da minha cidade?
Sugerimos algumas reflexões adensadas por analistas da área, tais como: ter idéias mobilizadora (como a estabilização e a responsabilidade fiscal o foram); Construir um diagnóstico amplo; Legitimação de agenda integrada de desafios a vencer junto à sociedade e ao sistema político; Criação de coalizões com lideranças políticas e sociais.
Estas ações precisam ser coordenadas, mas não totalmente conduzidas pela classe política e sociedade civil organizada.
Assim, serão necessários a introdução de unidades de ensino superiores para manter o seu foco no debate produzindo material sociológico na produção de pesquisas.
Portanto, concentrar-se em pontos estratégicos, com o duplo objetivo de atacar os principais problemas com medidas de efeitos ampliados (ou diagonais) representando ganhos para políticos e setores sociais influentes.
Quem sabe assim, poderemos sonhar com um amanhã melhor às nossas cidades.
Por
Dr. Allan Marcio
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