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segunda-feira, 7 de junho de 2010

'Tinha que ser campeão ou ser campeão', diz Lula Ferreira

Técnico do Brasília volta a comemorar um título e afirma que reunião após derrota para o Flamengo foi fundamental para a conquista

Brasília, campeão do NBB


A noite de quinta-feira poderia ter colocado tudo a perder. O Brasília chegou ao Rio de Janeiro precisando apenas de uma vitória para acabar com a hegemonia do Flamengo e com o estigma de vice. Acabou perdendo por 20 pontos, num jogo onde Marcelinho quase não esteve em quadra. Aquela derrota foi considerada um "tapa na cara" pelo técnico Lula Ferreira. Diante do abatimento do seu time, ele convocou uma reunião no dia seguinte e quis saber se os jogadores iam dar a outra face ou se preferiam ser campeões. A resposta veio depois de um sufoco daqueles, que só terminou com um erro de ataque do Rubro-Negro no último segundo do confronto em Anápolis. Depois de seis anos, o treinador voltava a erguer um troféu, exatamente no dia em que expirava seu contrato.
O acordo feito com a diretoria foi de 30 meses. Nesse tempo, Lula Ferreira perdeu duas finais para rival e recebeu muita pressão.
- O prazer de vencer novamente é grande, mas a responsabilidade de ser técnico de um time recheado de jogadores de alto nível também é. Tinha que ser campeão ou ser campeão. Fui em 2003 (com o Ribeirão Preto), cheguei à final em 2006 e depois perdi duas vezes para o Flamengo. Nas outras decisões, não jogamos o suficiente para ganhar deles. E nesse jogo decisivo nós sabíamos que ia vencer aquele que tivesse a felicidade de fazer a última cesta - disse.
O sorriso que tinha sumido do rosto durante três dias voltou. Alex foi quem selou o triunfo ao converter dois lances livres, mas Lula não quis apontar um herói, mas heróis.
- A conquista é coletiva. O Alex acertou os lances livres, é o capitão, o símbolo da raça da equipe, mas todos ganharam. O mais importante para vencermos foi a reunião de sexta-feira, onde foi feita uma cirurgia mental. Estávamos todos muito abatidos por aquela derrota no Rio. Falei para eles: "Tomamos um tapa feio na cara. Vamos virar o rosto e sermos campeões ou não?". Ali começou um outro estado de espírito. Antes da decisão, foi só injetar confiança neles no vestiário. Disse que nenhum de nós era melhor do que todos nós.
Se todos vão seguir juntos na próxima temporada, ele não sabe. Não sabe nem se estará à frente do time, mas deixa claro que se sente confortável em Brasília e deseja continuar.
- Meu contrato terminou ontem, mas estou muito satisfeito aqui. Espero que possamos contar com apoio financeiro para que o Brasília continue sendo uma equipe competitiva. Nosso objetivo era poder presentear Brasília no ano do seu cinquentenário e conseguimos isso. Essa conquista tem que ser saboreada e tem gosto especial porque depois que o basquete mudou a sua configuração é difícil conquistar títulos.
E Duda teve a chance de arrancar das mãos do Brasília o troféu. Aquele último segundo custou a passar, mas Lula Ferreira garante que não temeu pelo pior.
- A gente tem que confiar em alguma coisa nessa hora. E eu só pensei na minha família.

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